REVISTA UNESUM-Ciencias Volumen 7, Número 1, 2023
econômicas e nas perspectivas de negó-
cio no país, e com a confiança em queda
a economia ficou destinada a uma longa e
profunda recessão em 2015, anulando qua-
se 7 anos de crescimento, dobrando o nú-
mero de desempregados.
Na Argentina, a crise econômica, segue
mais ou menos as mesmas tendências do
Brasil, por todo este contexto externo e in-
terno do país, sendo as particularidades
que os diferenciam serem poucas. O ano
de 2014 houve um aprofundamento da re-
cessão econômica, que teve muitos fatores
responsáveis, tais como - contração do con-
sumo privado, deslocamento do investimen-
to, expansão dos gastos públicos, - eventos
estes que consolidaram os já desiquilíbrios
macroeconômicos existentes. As situações
de piora, foram registradas por vários seto-
res, como pelo Instituto de Turismo, locali-
zado na cidade de Buenos Aires, queda no
PIB industrial em maiores proporções, devi-
do à redução na produção de automóveis,
entre outros. (ANUARIO, 2014)
Os mercados brasileiro e argentino estão
buscando superar as crises que se esten-
deram além de 2014 em suas economias,
análises feitas em 2018 apontaram incerte-
zas diante dos nossos mercados. No Bra-
sil após 2014 o PIB, seguiu da seguinte
forma, 2015 queda de 3,5%, em 2016 com
perda de 3,3%, em 2017 +1,1%, e por fim
2018 apresenta um aumento de 1,1%. (PIB
ANUAL BRASIL, 2019). Na Argentina após
2014, o PIB, seguiu da seguinte forma, 2015
aumento de 2,7%, em 2016 -2,1%, 2017
+2,7% e por fim 2018 apresentando queda
de - 2,5%. (PIB ANUAL ARGENTINA, S/D)
Taxa de Câmbio no Cenário de Crise de
Brasil e Argentina
Um dos fatores decisivos que influência na
tomada de decisão, ao realizar uma via-
gem internacional, é o câmbio. Este pode
influenciar diretamente no aumento/queda
das viagens internacionais e na queda/au-
mento em chegadas, no número de turistas
internacionais no país. Sendo assim, o câm-
bio é um dos fatores decisivos pela escolha
deste ou aquele destino, pois está atrelado
ao preço final, que pode ser mais competiti-
vo ou não, dependendo do câmbio. (TURIS-
MO NO BRASIL, 2006)
Neste contexto, vale lembrar que a taxa de
câmbio, especialmente em economias em
desenvolvimento como Brasil e Argentina,
é um dos fatores que determina o cresci-
mento em longo prazo. Ambos os países
compartilham o regime de câmbio flutuante
administrado, este o mais conveniente para
economias emergentes, pois combina flu-
tuação cambial, vista como necessária para
amortecer as pressões externas advindas
das especulações à moeda nacional.
No entanto, no Brasil entre os anos de 2009
a 2018 o câmbio oscilou muito, com mínima
de R$1,64 em 2011 e a máxima de R$3,65
em 2018. Ao longo de 10 anos, a evolução
da moeda foi significativa, neste período
acumulou 82,9% de aumento. Em 2014 o
peso argentino teve uma desvalorização de
11%, já em 2017 o dólar estava estável, em
torno de 20 pesos. Contudo, em 2018 o ce-
nário não era nada favorável para economia
Argentina, com depreciação 50% da moe-
da argentina em um ano. (EL PAIS, 2018)
Contudo, as moedas dos dois países estão
em forte desvalorização desde a crise de
2014, fato que inibi o turismo emissivo in-
ternacional e aumentaria o receptivo, porém
ao se analisar os dois países, as mudanças
cambiais na última década, não tem afetado
muito a relação entre o Brasil e Argentina no
turismo, o motivo talvez seja por estes paí-
ses estarem fortalecidos em suas relações
turísticas, no turismo de fronteira. (MINISTE-
RIO DE TURISMO, 2014)
Porém, a variável, taxa de câmbio real bi-
lateral, faz-se explicativa e relevante na
relação turística, pois, quanto maior essa
paridade (equivalente a uma moeda local
mais desvalorizada), maior o fluxo de turis-
tas internacionais. Mas, não é o que ocorre
ARTÍCULO REVISIÓN: THE GROWTH OF TOURISM BETWEEN BRAZIL AND
ARGENTINA IN THE 2008-2018 PERIOD OF ECONOMIC CRISIS